A tristeza pós-parto, ou baby blues (ou, ainda, blues puerperal) é uma condição comum entre as recém-mães, atingindo até 80% das mulheres no pós-parto.
É importante lembrar que o baby blues não é uma doença, e sim uma condição de instabilidade emocional passageira que acomete as mulheres geralmente a partir do terceiro dias após o parto. Desse modo, não é tratável utilizando-se medicamentos.
Os sintomas podem surgir devido às mudanças hormonais e corporais deste período, além das mudanças na rotina e o período de adaptação com o bebê. É comum surgirem mudanças de humor, tristeza, choro fácil, insônia, irritabilidade, falta de energia, falta de confiança em si, sensação de fragilidade entre outros.
Com tudo isso, pode interferir na autoconfiança ao cuidar do recém-nascido e nas relações em geral. Por isso, é fundamental nesse momento que a puérpera tenha uma rede de apoio para auxiliar nos afazeres, cuidados com o bebê e com ela mesma, além de oferecer suporte emocional.
É importante incentivar a nova mãe à expor seus sentimentos, medos e principalmente a pedir ajuda sempre que necessário, para que consiga se organizar da melhor forma possível dentro da nova rotina.
A psicoterapia auxilia bastante nesse processo de adaptação à maternidade e é um momento de autocuidado muito importante, já que nessa fase é comum que todas as atenções se voltem ao bebê. Além disso, é um espaço em que a nova mãe pode expressar todos os sentimentos sem o receio do julgamento externo.
Por ser uma condição temporária, é esperado que a fase do baby blues amenize e passe por completo em duas ou três semanas. Se persistir, a mulher deve procurar auxílio médico e psicológico para avaliar se não se trata de uma depressão pós-parto, que é um transtorno de humor mais intenso e com duração maior.
Aliás, é justamente a duração e a intensidade que irá diferenciar as duas condições. No caso da depressão pós-parto é indicado o uso de medicação em conjunto com a psicoterapia.
Adriana Furer Barreto
CRP 06/81265
Graduada em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento pela mesma universidade. Especialização em Psicologia Hospitalar e Terapia Cognitivo-Comportamental e Formação em Terapia Cognitivo- Comportamental da Infância e Adolescência.