A autofobia é o medo atípico e persistente de ficar sozinho, medo da solidão. É uma condição emocional muito comum em nossa sociedade e acontece quando a pessoa sente a necessidade de estar próxima a outras pessoas o tempo inteiro, a ponto de sentir-se incapaz de realizar suas atividades quando não está acompanhado por alguém. É também uma fobia específica do isolamento: A pessoa tem medo de ser egoísta, de estar só e isolada.
Não necessariamente a pessoa com essa fobia está sozinha, mas só de imaginar a possibilidade de ser ignorada ou abandonada, isso já é o suficiente para desencadear os sintomas, que normalmente são comportamentos compulsivos e certo padrão de pensamento que pode afetar seus relacionamentos pelo medo do abandono real.
Entre os sintomas emocionais verifica-se o estresse, o medo de morrer, a raiva, o ciúme, a depressão, a ansiedade, ataques de pânico e medo de locais desconhecidos. Já entre os sintomas físicos podemos perceber vertigens e tonturas, suor, náusea, boca seca, taquicardia, falta de ar, tremor e dormência.
Essa condição costuma ser muito recorrente em quadros de depressão e de ansiedade social e, geralmente, está associada ao medo da separação, do abandono ou da morte de entes queridos. Ela pode ser observada tanto em crianças quanto em adultos.
Em crianças a autofobia se desenvolve como consequência do abandono dos pais, sendo esse abandono não apenas o físico, mas também o emocional e o financeiro. No adulto, essa fobia pode se desenvolver com a morte de um ente querido, ou o fim de um relacionamento importante. A autofobia também pode ser observada em pessoas com o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Borderline, em que está presente o pensamento constante de que o mundo entrará em colapso se a pessoa for abandonada por seus cuidadores.
Mas, o que podemos fazer para enfrentar esse medo?
- Aceite e compreenda o seu medo: Para enfrentar o medo de estar só é importante que você aceite o seu medo e entenda o que originou a autofobia. Só assim será possível encontrar uma saída para o problema!
- Tenha a solidão como algo positivo: Tenha a solidão como um momento de autoconhecimento e bem-estar. Você pode utilizar esse momento para recuperar a energia gasta durante o dia e para cuidar um pouco mais de si;
- Busque ajuda profissional: A psicoterapia será fundamental para entender e desenvolver os aspectos citados anteriormente. Além disso, te ajudará a desenvolver a autoconfiança, de maneira segura e confortável;
- Então, lembre-se: Mesmo que a integração social seja parte importante do desenvolvimento e do bem-estar dos seres humanos, conhecer-se e aproveitar sua própria companhia é essencial para viver bem!
Marina Reis Tebar
CRP 06/101325
Graduada em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com Formação em Terapia Racional Emotiva Comportamental, Pós-Graduação em Neuropsicologia e Psicopedagogia e cursos de extensão nas áreas de Dependência Química e Tecnológica e Transtornos de Personalidade.